terça-feira, 13 de julho de 2021

A Vacinação precisa ser um ato coletivo

 


Texto: Ricardo Milan 

A falta de interesse e coordenação do Ministério da Saúde no combate à pandemia de coronavírus continua a fazer vítimas Brasil afora. A campanha de vacinação contra a COVID 19, que deveria ser orientada e coordenada pelo Ministério sob as diretrizes do Plano Nacional de Imunizações (PNI), está sendo conduzida de forma politiqueira e sem respeitar os grupos prioritários por diversas prefeituras, que fazem proselitismo político com vacinas que deveriam ser aplicadas de forma uniforme em todo o território brasileiro.

Em São Luís o prefeito Eduardo Braide está desrespeitando o PNI e começa a vacinar adolescentes, sem preocupar-se que na maioria dos municípios maranhense grande parte da população adulta ainda não teve vacina para ser imunizada e continuamos a ver nossos conterrâneos morrendo por não conseguirem vacinar-se.

Esse é um flagrante desrespeito ao PNI e o que é pior, um tapa na cara das famílias maranhenses que continuam a ver seus entes queridos morrendo por falta da vacina.

Em Caxias, por exemplo, onde já morreram quase trezentas pessoas, a prefeitura ainda está vacinando maiores de 20 anos. Em Imperatriz, onde quase mil maranhenses já sucumbiram a essa doença maldita, agora que a prefeitura recebeu vacinas para a faixa etária dos 33 anos. Em Balsas já morreram quase 200 e só agora estão vacinando os maiores de 27 anos. Em Igarapé do Meio agora que estão chamando os maiores de 40 anos para vacinar. Lembrando que a vacinação ainda está nesses patamares por falta de imunizantes no Brasil suficientes para todos.

Claro que queremos que a vacina chegue aos adolescentes também, mas, teria que ser concomitante. Não é compreensível que enquanto temos milhares de adultos maranhenses, que ainda não tiveram a oportunidade de serem vacinados por falta de vacinas São Luís, que já vacinou todos os adultos, comece a imunizar adolescentes.

Apesar de sermos geograficamente uma ilha, fazemos parte de um todo e enquanto não conseguirmos imunizar a todos, o risco continua, pois com a demora na imunização, a chance de aparecerem novas cepas – inclusive resistentes às vacinas já existentes – é muito grande e de nada adiantará termos a população da ilha vacinada.

Temos que lembrar que a vacinação precisa ser um ato coletivo ou de nada adiantará. O Ministério Público deveria pronunciar-se a respeito, afinal somos uma federação e devemos respeitar o PNI, que por conta de o Brasil não ter vacinas para todos, elaborou um cronograma que visa proteger primeiro os mais vulneráveis, e já há estudos suficientes para determinar que os adolescentes e crianças são os menos suscetíveis a ter a forma grave da doença. Vamos ter empatia pelo sofrimento dos outros maranhenses, Sr. prefeito Eduardo Braide.

Esta é mais uma característica do momento em que vivemos depois da ascensão ao poder do governo Bolsonaro. O completo desrespeito à coletividade, a falta de empatia pelo próximo e o desprezo pelos mais vulneráveis.



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