Texto: Ricardo Milan
Cansados de serem desrespeitados e tratados como peso morto, os servidores públicos estão organizando a maior greve da categoria nos últimos anos. O processo de construção do movimento paredista começou logo após a aprovação do orçamento para 2022 não contemplar reajuste a todos os servidores públicos.
Na peça orçamentária enviada pelo governo e aprovada no Plenário do Congresso estão previstos apenas R$ 1,74 bilhão para os reajustes salariais de policiais federais, rodoviários federais e agentes do Departamento Penitenciário Nacional, que fazem parte em sua maioria da base de apoio ao presidente Bolsonaro, deixando fora todos os servidores do executivo federal, inclusive os setores de saúde, educação e politicas sociais que foram e são tão importantes nestes tempos de pandemia.
A primeira categoria a entregar seus cargos de confiança e anunciar a instalação de greve, os auditores fiscais da Receita Federal estão fortalecendo a cada dia o movimento, instalando comandos de greve em todos os estados desde o dia 23 de dezembro, início do movimento paredista.
Essa semana mais uma categoria já iniciou a construção de greve em protesto contra a não inclusão de reajustes para os servidores no orçamento de 2022. Desta vez foram os trabalhadores do Banco Central que começaram a entregar seus cargos de confiança e anunciaram a organização de uma greve nacional.
Segundo o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), a entidade já está organizando uma paralisação nacional no próximo dia 18.
É neste contexto que os sindicatos dos servidores públicos em todos os estados apoiados pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef/Fenadsef) estão construindo a maior greve geral dos últimos anos.
“Orientados pela CUT, por nossa Confederação e em conjunto com todos os outros sindicatos e centrais sindicais, estamos organizando um calendário de assembleias por local de trabalho para discutir e deliberar sobre a instalação de greve geral”, afirmou Raimundo Pereira, presidente do Sindsep/MA.
Para o presidente da CUT-Maranhão, Manoel Lages, essa questão de dar reajuste apenas para os servidores daquelas categorias que supostamente fazem parte do grupo de apoiadores de Bolsonaro mostra o tipo de governo que o Brasil tem e como o presidente da República age apenas em nome dos eleitores de seu cercadinho.
“Após ver a os índices de aprovação de seu governo caírem vertiginosamente Bolsonaro busca fortalecer os seguidores que ainda tem para tentar pelo menos chegar ao segundo turno das eleições”, explicou Manoel Lages.
“Precisamos manter a pressão para que todos os servidores tenham reajuste, organizar todos os trabalhadores e incentivá-los a ocupar as ruas. Somente assim nos livraremos desse que é sem dúvidas o pior presidente que este país já teve”, afirmou o presidente da CUT.
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