terça-feira, 3 de maio de 2022

RAIZ DA TRAIÇÃO

 


Na etimologia a palavra traição é: “quebra da fidelidade prometida e empenhada por meio de ato pérfido; deslealdade para com um amigo ou pessoa com quem se tem algum laço de solidariedade ou outro tipo de compromisso”.

Nestes tempos de luta por poder e perpetuação do mandonismo, aqueles que traíram o povo com discursos inflamados contra a oligarquia e o fim dos currais eleitorais, agora acrescentam às suas listas de crimes a desfaçatez e as fake news, tentando impor às oposições verdadeiramente traídas a pecha de desertores. Ora, será o professor de Deus além de traidor, mágico? Afinal, quer o ex-governador que o povo esqueça de que quando foi construída a frente de oposições contra a oligarquia Sarney, o pacto seria o de alternância do poder estadual para que nem um grupo mais pudesse achar-se dono do Maranhão.

Mas voltando a falar de traição, o ex-governador Flávio Dino tem uma lista de atitudes que se adequam bem ao significado do termo, vejamos algumas; Flávio voltou à política partidária em 2006 tornando-se conhecido no estado atrelado ao grupo de Dr. Jackson Lago que venceu o grupo Sarney pela primeira vez fazendo coro ao fim da oligarquia Sarney, sendo o governador deposto por um golpe político-judicial orquestrado no centro familiar e político dos Sarneys. Nesse momento começa a despontar a raiz da traição e logo em 2010 na ânsia por poder, trai o grupo político que o elegeu chegando ao ponto de chamar Dr. Jackson de ficha suja e do alto de sua “experiência” jurídica espalhar por todo o Maranhão que Lago estaria inelegível. E que ele, Flavio, deveria ser o candidato das oposições. Resultado: Roseana volta a ganhar a eleição para governar o Estado e enfermo e desolado com a traição, Dr. Jackson morre logo depois.

Em 2014, Flávio volta a tentar a corrida ao governo do Estado, e sabia que somente o PDT tinha condições de legitimá-lo como representante único das oposições e para atrair o partido de Brizola oferece a vaga de vice na chapa e traz para vaga de senador o ex-sarneyzista Roberto Rocha. Entretanto para atrair também o PSDB de Alckmin à sua campanha, pede e é autorizado em nome de um projeto maior que o PDT que já tinha indicado Marcio Honaiser, renunciasse à vaga para agregar o tucano Carlos Brandão na chapa majoritária. Tudo isso dentro da premissa de que o PDT tivesse mais na frente a oportunidade de liderar o grupo ao final do ciclo de Dino.

Em 2020, mais uma vez Flávio Dino é picado pelo vírus da traição e para dificultar o projeto do PDT de ganhar a eleição para a prefeitura de São Luís e enfraquecer Weverton que havia sido eleito senador com quase 2 milhões de votos, resolve inventar a candidatura do imberbe Rubens Junior e do deputado desmancha roda, Duarte Junior, à época no Republicanos, da Base de sustentação de Bolsonaro. Praticamente obrigando Weverton e o PDT a apoiarem a candidatura e ajudar na eleição de Eduardo Braide a prefeito da capital no segundo turno.

Em 2021, o então governador Flávio Dino reuniu o grupo político de sustentação ao seu governo e anunciou que o próximo candidato a governador do grupo seria escolhido segundo critérios bem objetivos e justos (pesquisas qualitativas e quantitativas, aferição de maioria entre o grupo político e afinidade com o projeto inicial de revitalização e renovação dos quadros políticos), o que foi aceito e acordado por todos. Entretanto, mais uma vez Dino traiu quem o elegeu como líder do grupo e fez sua escolha pessoal pelo ex-sarneyzista Brandão, contrariando todos os critérios antes firmados.

Mais do que trair a classe política que pediu votos para ele, Flávio traiu o povo que deu seu voto para afastar de vez da vida pública os maus políticos que foram responsáveis por décadas de atraso no Maranhão como Sebastião Madeira, Luís Fernando, Zé Reinaldo (aquele preso por conta das pontes que não davam a lugar algum), que agora sob o comando do governador tampão Carlos Brandão estão comandando as principais pastas do governo do Estado, ameaçando e cooptando lideranças políticas em troca de cargos, sinecuras e outras coisas menos republicanas.

Sem falar no estelionato eleitoral que Flávio Dino quer impor aos maranhenses na eleição de 2022 ao impor sua escolha pessoal Carlos Brandão, o mais legítimo representante da velha política para guardar o lugar para que ele mesmo (Flávio) volte em 2026. Parafraseando Haroldo Saboya, Dino está querendo transformar um tucano (pessedebista) em uma pomba (pessebista). Mesmo se considerando o “professor de Deus”, o ex-governador não irá conseguir operar este “milagre”.

Por todo o exposto e neste contexto, tem-se alguém que carrega em si o vírus da traição e com certeza não são aqueles que se rebelaram e resistiram aos ataques dos ocupantes do Palácio do Leões, mas sim o próprio Flávio Dino e o gabinete do ódio que foi montado nos porões do Palácio dos Leões que tenta calar à força quem pensa diferente, financiando ataques em rádios e blog apócrifos, feitos nos porões do PSB, para inundar o estado de fake news com o poder das chaves do cofre estadual, diga-se de passagem dinheiro público.

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