Texto: Ricardo Milan
O destempero exacerbado do presidente Bolsonaro é fruto do ocaso de seu governo que definha com o aumento das denúncias de corrupção em vários setores do executivo.
A cada dia que passa e quanto mais perto chegamos das
eleições de 2022 fica mais difícil para o presidente vislumbrar conseguir um
segundo mandato e isso o está afetando até no quesito saúde. Bolsonaro tem
demonstrado uma crise de soluços há mais de uma semana e ontem à noite sentiu
dores abdominais que o levaram a ser internado, o que o fez cancelar inclusive
uma agenda oficial com os presidentes de poderes, quando iriam propor selar uma
agenda para pacificar as relações entre os três poderes da República.
Eleito com a ajuda de um esquema suspeito de envio de
mensagens através de mídias sociais sob o mantra do combate à corrupção, o
presidente perde o discurso de probidade com os escândalos diários que assolam
vários setores de seu governo.
As denúncias de rachadinha no período em que era deputado
federal também voltaram a todo vapor, inclusive com o vazamento de áudios de
sua ex-cunhada, que diz claramente que era obrigada a devolver grande parte de
seus salários pagos pelo legislativo.
O ex-ministro Ricardo Salles foi demitido em função de
gravíssimas acusações de enriquecimento ilícito e conluio com madeireiros
ilegais e responde a inquérito na polícia federal por ações enquanto era
ministro do meio ambiente.
Agora, o escândalo chegou ao interior do palácio do Planalto
com as descobertas feitas pelas investigações da CPI da COVID que sugerem a
participação do alto escalão do governo em tentativas de corrupção na compra de
vacinas, inclusive com a anuência do próprio presidente.
Segundo o deputado federal Luís Miranda, seu irmão, Luís
Ricardo, servidor de carreira do Ministério da Saúde o procurou para denunciar
ações atípicas para aprovação de um contrato supostamente irregular para a
compra da vacina indiana Covaxin. Sabendo dessa informação o deputado procurou
o presidente Bolsonaro no palácio da Alvorada para entregar os documentos
suspeitos e pedir providências.
Com todas essas acusações, a cada dia que passa a aprovação
do presidente Bolsonaro e seu governo despenca deixando-o completamente acuado
e isso é muito perigoso para a manutenção do processo democrático.
Dia 24 de Julho os Movimentos sociais, estudantil e sindical
já preparam outra grande manifestação por todo o país para exigir nas ruas
vacinas para todos, auxílio emergencial de R$600,00, respeito às diferenças,
respeito à democracia e reafirmar a necessidade do impeachment de Bolsonaro.
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