Por Ricardo Milan
Em outubro de 2021, para não cumprir o acordo coletivo com
os rodoviários, os empresários do setor de transporte de passageiros de São
Luís entraram em lockout (greve de patrões) e depois de 12 dias de paralisação
e negociações com a prefeitura e com o sindicato dos rodoviários, a
administração municipal saiu em socorro dos empresários destinando um gordo
“auxílio emergencial” de 12 milhões para que os ônibus voltassem a circular.
Ficou acertado ainda que os trabalhadores iriam receber 5%
de reajuste salarial, que os dias de greve são seriam descontados e 6% no
tíquete alimentação, chegando a R$ 620,00, bem longe do que a categoria havia
pedido, mas para diminuir os transtornos aos usuários foi pactuado o acordo.
A categoria reivindicava um reajuste salarial de 13%, uma
jornada de trabalho de seis horas, tíquete de alimentação no valor de R$ 800,
manutenção do plano de saúde e a inclusão de um dependente e a concessão do
auxílio-creche, para trabalhadores com filhos pequenos.
Dessa forma acabou ficando ainda um passivo bem grande para
a discussão na Data Base da categoria em 2022.
Agora quando os trabalhadores pedem que seja feita a
reposição salarial em sua Data Base, os empresários mais uma vez dizem que não
têm dinheiro para atender à demanda dos rodoviários.
Como consequência o sindicato dos rodoviários atendendo à
decisão da assembleia da categoria deflagrou greve por tempo indeterminado.
Agora o que fez a prefeitura? Entrou na Justiça para obrigar
os trabalhadores a interromper o movimento paredista sob pena de pagamento de
multa.
A justiça além de acatar o pedido do prefeito Braide, ainda
ordenou que a polícia militar assegure o cumprimento da determinação, coagindo
e usando a força, se necessário.
Mais uma vez quem deveria proteger os trabalhadores movimenta-se
em favor dos poderosos e massacra o direito dos mais fracos. A prefeitura de
São Luís e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) estão claramente usando
práticas antissindicais para sufocar o último recurso do movimento sindical que
é a greve.
Toda solidariedade aos trabalhadores do transporte público.
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