quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Para os empresários, auxílio emergencial e para os trabalhadores, o cassetete

 


Por Ricardo Milan

Em outubro de 2021, para não cumprir o acordo coletivo com os rodoviários, os empresários do setor de transporte de passageiros de São Luís entraram em lockout (greve de patrões) e depois de 12 dias de paralisação e negociações com a prefeitura e com o sindicato dos rodoviários, a administração municipal saiu em socorro dos empresários destinando um gordo “auxílio emergencial” de 12 milhões para que os ônibus voltassem a circular.

Ficou acertado ainda que os trabalhadores iriam receber 5% de reajuste salarial, que os dias de greve são seriam descontados e 6% no tíquete alimentação, chegando a R$ 620,00, bem longe do que a categoria havia pedido, mas para diminuir os transtornos aos usuários foi pactuado o acordo.

A categoria reivindicava um reajuste salarial de 13%, uma jornada de trabalho de seis horas, tíquete de alimentação no valor de R$ 800, manutenção do plano de saúde e a inclusão de um dependente e a concessão do auxílio-creche, para trabalhadores com filhos pequenos.

Dessa forma acabou ficando ainda um passivo bem grande para a discussão na Data Base da categoria em 2022.

Agora quando os trabalhadores pedem que seja feita a reposição salarial em sua Data Base, os empresários mais uma vez dizem que não têm dinheiro para atender à demanda dos rodoviários.

Como consequência o sindicato dos rodoviários atendendo à decisão da assembleia da categoria deflagrou greve por tempo indeterminado.

Agora o que fez a prefeitura? Entrou na Justiça para obrigar os trabalhadores a interromper o movimento paredista sob pena de pagamento de multa.

A justiça além de acatar o pedido do prefeito Braide, ainda ordenou que a polícia militar assegure o cumprimento da determinação, coagindo e usando a força, se necessário.

Mais uma vez quem deveria proteger os trabalhadores movimenta-se em favor dos poderosos e massacra o direito dos mais fracos. A prefeitura de São Luís e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) estão claramente usando práticas antissindicais para sufocar o último recurso do movimento sindical que é a greve.

Toda solidariedade aos trabalhadores do transporte público.

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